BIBLOS
Cidades libanesas
Biblos |
Continuando
o nosso tour pelas cidades libanesas, vamos conhecer a cidade mais antiga do
mundo.
Biblos
é o nome grego da cidade portuária fenícia de Gubla (ou Gebal). Era conhecida
pelos antigos egípcios como Keben e depois como Kepen. Embora continue a ser chamada
de Biblos pelos pesquisadores, principalmente em referência a épocas passadas,
a cidade é agora conhecida pelo nome árabe Jbeil. (جبيل).
Provavelmente,
era através de Biblos que o papiro egípcio era importado para a Grécia. Com
isso, tanto a planta como os rolos ou livros a partir dela fabricados receberam
o seu nome. É também daqui que surge o nome da Bíblia.
Localizada
na costa mediterrânea do Líbano, a 42 quilómetros de Beirute, Biblos é uma
grande atração arqueológica, por causa de séculos de ocupação humana. O sítio
arqueológico vem sendo estudado por arqueólogos franceses, desde 1860.
Biblos
é considerada a cidade mais antiga do mundo, por ter abrigado várias
civilizações, mesmo antes de os fenícios chegarem à região. O local foi povoado
primeiramente durante o período Neolítico, por volta de 5000 A.C.
As
primeiras características de cidade datam do terceiro milênio A.C., no tempo
dos cananeus, posteriormente chamados de Fenícios, pelos gregos. Durante o
período calco lítico, ou idade do cobre, de (3500-3100) A.C., um novo povo, que
dominava bem a caça, aperfeiçoou suas ferramentas, e ainda desenvolveu a arte
da cerâmica, invadiu Biblos.
Ruínas
do período proto-urbano, 3100-2900 A.C., mostram que começaram a ser feitas
casas retangulares com um espaço entre elas, que formavam ruelas estreitas,
dando a forma de uma pequena cidade. No local, vários objetos e artefatos, com
mais de 5000 anos, foram encontrados, também da época do domínio Egípcio.
No
sarcófago do Rei Ahiran, de 1.200 A.C. continha aquilo que seria o alfabeto fenício
de 22 caracteres, talhadas. Este sarcófago, e tantos outros, foram retirados
das ruínas de Biblos, e encontra-se exposto no Museu Nacional de Beirute.
Um
dos monumentos mais importantes do período fenício é o templo de Resheph, um
deus cananeu da guerra, que foi transformado em ruinas no governo heleno e com a
chegada de Alexandre, o Grande em 332 A.C., época em que a civilização Fenícia caiu.
Nesta época, a cidade tinha um comércio muito forte, inclusive em outras
regiões do mediterrâneo. As moedas, que foram encontradas no local, evidenciam
e reconstituem a história, da época desta expansão do comércio.
No
ano de 61 D.C., Biblos caiu nas mãos do Império Romano. Estes construíram
monumentos fantásticos que até hoje são vistos por toda a cidade, um deles a
Via Romana, logo na entrada da cidade. As colunas romanas estão em diversos
pontos, como uma marca daquela época. O templo de Resheph foi reconstruído pelo
Império Romano, e Biblos, embora menor que vizinhas suas Tiro e Sídon, tornou-se
um centro do culto a Adônis.
Um
pequeno teatro foi construído em Biblos no Século III, de uma arquitetura
impressionante.
A
chegada do Império Bizantino fez com que se estabelecesse um lugar episcopal em
Biblos e a cidade cresceu rapidamente. Embora se saiba que uma colónia Persa tenha
se estabelecido na região a seguir à conquista Muçulmana (636), as provas
arqueológicas são escassas. O comércio com o resto da Europa praticamente
parou, causando uma queda na prosperidade de Biblos, até que as Cruzadas
regressassem em 1098.
Com
o nome de Gibelet ou Giblet, Biblos tornou-se uma base militar importante
durante o século XI. As ruínas do Castelo dos Cruzados, cercadas pelas muralhas
medievais, guardam algumas peças e artefatos que remontam a história de várias
civilizações, que viveram ali, e é uma das mais espetaculares estruturas vistas
no seu centro.
A
cidade foi tomada por Saladino em 1187, retomada pelos Cruzados e mais tarde
conquistada por Baibars, um sultão mameluco do Egito e da Síria em 1266. As
suas fortificações foram subsequentemente restauradas. Desde 1516, a cidade e
toda a região caíram sob o domínio turco e fizeram parte do Império Otomano.
Biblos
foi mencionada na Bíblia, e mencionada também pelo historiador da antiguidade
Plínio Caio II, como “berço do vidro”. Segundo ele, navegadores fenícios, ao
deixarem acesas fogueiras construídas em pedras de carbonato de cálcio na areia
da praia, viram que com a ação do calor, durante toda a noite, as areias se transformaram
num líquido transparente: o vidro.
A
baía fenícia de Biblos, que possui mais de três mil anos, onde aportaram
diversas fragatas da antiguidade, continua em operação até os dias atuais.
Baía de Biblos |
Lá acontecem os grandes festivais de verão de
Biblos. Um lugar encantador, que sediou grandes eventos, e ainda é
constantemente registrado por grandes fotógrafos e artistas da pintura, de
todas as épocas. É ali onde se encontram também, os grandes restaurantes de
frutos do mar.
Biblos
é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Biblos
foi eleita em maio de 2015 como a “capital do turismo árabe” para 2016.
A
deliciosa cozinha mediterrânea de Biblos pode ser apreciada nos vários
restaurantes da cidade, com seus deliciosos frutos do mar, e a maravilhosa cozinha
libanesa.
Biblos
também tem uma vida noturna bastante movimentada, agradando a todos os gostos,
e com boas opções para quem não quer gastar muito. Nas ruas do antigo Souk, os pubs a céu aberto, com seu estilo medieval,
contrastam com os bares e pubs da moda, dando um charme indescritível e único
ao lugar.
Pontos
turísticos de Biblos
Castelo dos Cruzados
Castelo dos Cruzados |
Castelo dos Cruzados |
Castelo
Biblos ou Castelo dos Cruzados, que foi construído pelos cruzados no século
XII com restos de estruturas romanas.
Ele pertencia aos senhores de Gibelet, Biblos (como foi chamado durante a Idade
Média). Saladino capturou a cidade e o castelo em 1188 e desmantelou os muros
em 1190. Mais tarde, os cruzados o recapturaram e reconstruíram as
fortificações do castelo em 1197. No
interior do castelo existe um museu que explica um pouco sobre a história
maravilhosa da antiga cidade.
Templo de Resheph
Templo de Resheph
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Templo de Resheph
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Importante
construído pelos fenícios, o templo de Resheph, deus cananeu da guerra, foi destruído
no governo heleno e com a chegada de Alexandre, o Grande em 332 A.C.. Foi
reconstruído pelo Império Romano, e Biblos tornou-se um centro do culto a
Adônis
O templo dos obeliscos
O templo dos obeliscos |
O templo dos obeliscos |
O
Templo dos Obeliscos, em Biblos, é cercado por estrelas no formato de obeliscos,
presenteadas pelos faraós egípcios.
Catedral de São Marcos (sem fotos)
Chamada
anteriormente, de Catedral São João Batista, a catedral abriga a história de
sua construção, durante os primeiros séculos da nossa era, sua destruição em
551, por um grande terremoto, e ainda, a sua reconstrução, durante a era dos
Cruzados, em 1115. Curiosamente, ela tem três batistérios, sendo um deles, do
lado de fora da Catedral. Na catedral era proibida a entrada de pessoas, que
não fossem cristãs, o batismo era então realizado no batistério externo, antes
de entrar na igreja.
Mesquita Abdul Magid
Mesquita Abdul Magid |
Mesquita Abdul Magid |
Esta
mesquita, construída no estilo otomano, em 1648, encontra-se ao lado do
Convento dos padres maronitas, revelando uma antiga existência pacífica, entre
diferentes religiõess.
Capela Nossa Senhora da Penha (sem foto)
Construída
ao lado da grande muralha antiga, cuja capela já existia no local. A Santa foi
trazida do Brasil, por uma família libanesa, em 1940.
Biblos Souk (Mercado de Biblos)
Biblos Souk (Mercado de Biblos) |
Biblos Souk (Mercado de Biblos) |
Com
uma arquitetura no estilo medieval, o Souk de Biblos tem ruas e calçadas construídas
em pedra, lojas com portas de madeira dando um charme único a cidade. Uma rua
com um labirinto de várias ruelas, variedade de peças ornamentais, vestimentas
exóticas, objetos de arte, doces e perfumarias, deixam os turistas maravilhados
com os utensílios do Oriente Médio.
Espero que aproveitem bastante essa viagem maravilhosa.
Nossa próxima parada será em BAALBEK.
Até la!
Qual foi a fonte utilizado aqui?
ResponderExcluirGrata
Jornais libaneses como Gazeta de Beirute, sites de Turismo, consulado do Líbano, RJ , SP e outros
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