SIDON, Cidades libanesas.
Vamos para nossa sexta parada pelas cidades libanesas. Terceira maior
cidade do Líbano, Sidon ou Saida como é conhecida pelos árabes, está localizada
na costa do mar Mediterrâneo, distante a cerca de quarenta quilômetros ao norte
de Tiro e a quarenta e oito quilômetros da capital Beirute.
A população de Sidon é de maioria sunita, mas existe uma minoria xiita,
cristãos maronitas, melquitas, católicos sírios, católicos romanos, ortodoxos
sírios e armênios.
Presume-se que tenha sido a mais antiga e uma das mais importantes
cidades fenícia. Seu surgimento é presumido de 4000 a 3000 A.C., o que a torna
uma das cidades mais antigas do mundo. Elogiada por Homero, poeta grego, por
sua especialização em fabricar vidro e tecidos de cor púrpura. Foi de Sidon que
saíram os colonos que fundaram a cidade de Tiro.
Conquistada por vários povos, filisteus, assírios, babilónios, egípcios,
gregos e finalmente romanos, antes da era cristã, foi visitada por Herodes o
Grande, e segundo a Bíblia, também por Jesus Cristo e o Apóstolo Paulo.
Em 04 de dezembro de 1110, durante a primeira cruzada,foi saqueada, e
depois tantas outras vezes durante as cruzadas, até ser destruída em 1249 pelos
sarracenos.
Em 1260 foi destruída novamente, desta vez pelos mongóis. Os destroços
das muralhas originais são até hoje visíveis.
No século XVII Sidon ficou sob o domínio do Império Otomano, recuperando
a partir de então sua importância comercial.
No século XIX, apoiado por Inglaterra e França, os egípcios tomaram e
controlaram Sidon.
Durante a Primeira Guerra Mundial passou para o domínio da Inglaterra,
e após a Segunda Guerra passou a ser um protetorado francês.
A população de Sidon em 1900 era de aproximadamente dez mil
habitantes, saltando para duzentos mil em 2000.
Entre as atividades econômicas de Sidon estão a pesca e os cultivos de
cereais, vegetais e frutas, embora as condições da terra não sejam as mais
apropriadas.
O antigo porto atualmente é usado apenas por pequenas embarcações.
Na cidade existe uma refinaria.
Sidon na Bíblia
Sidon foi citada na Bíblia váriasvezes, abaixo algumas descrições:
Recebeu o seu nome do herdeiro de Canaã, o neto de Noé (Gênesis
10:15-19).
Foi a primeira casa dos Fenícios na costa de Canaã, e através das suas
extensas relações comerciais tornou-se uma grande cidade (Josué 11:8; Josué
19:28).
Foi a cidade-mãe de Tiro. Permaneceu dentro dos domínios da tribo de
Assur, mas nunca foi subjugada (Juízes 1:31).
Os sidônios oprimiram Israel (Juízes 10:12).
Depois do tempo de David a sua glória começou a desvanecer-se, e Tiro,
a sua "filha virgem" (Isaías 23:12), tomou o seu lugar de preeminência.
Salomão estabeleceu uma aliança matrimonial com os sidônios, e consequentemente
a sua forma de adoração idólatra encontrou lugar na terra de Israel. (I Reis
11:1-33).
Foi famosa pelas suas manufaturas e artes, bem como pelo seu comércio
(I Reis 5:6; I Crônicas 22:4; Ezequiel 27:8).
É frequentemente referida pelos profetas (Isaías 23:2-12; Jeremias
25:22; Jeremias 27:3; Jeremias 47:4; Ezequiel 27:8; Ezequiel 28:21-22; Ezequiel
32:30; Joel 3:4).
Jesus visitou a costa de Tiro e Sidon (Mateus 15:21; Marcos 7:24;
Lucas 4:26) e desta região muitos se aproximaram para ouvi-lo pregar (Marcos
3:8; Lucas 6:17).
De Sidon, à qual o navio atracou depois de deixar Cesareia, Paulo
navegou finalmente até Roma (Atos 27:3-4).
Supostamente, foi o lugar onde Jesus teria expulsado o demônio do
corpo de uma mulher, de acordo ainda com a Bíblia (Gênesis 10:15,19).
A Sidon nos dia de hoje
Quando
chegamos a Sidon, logo na entrada podemos ver à direita um estádio de futebol
construído em 2000, à esquerda a grande mesquita BahaaEl-Dine financiada pelo
magnata e ex-primeiro-ministro do Líbano RaficHariri, filho ilustre de Sidon.
À
beira mar temos o calçadão construído pelos cruzados em 1228, que nos leva ao
Castelo do Mar de Sidon – KalaatSaidaal-Bahriya – ao lado, uma casa em estilo
oriental, transformada em um belo restaurante, possui uma maravilhosa visão
panorâmica do mar e de toda Sidon.
O
souk, mercado árabe tradicional, também está localizado à beira mar, de frente
para o Castelo.
Um
símbolo importante do cristianismo pode ser encontrado dentro do souk, a
Catedral Ortodoxa de São Nicolau.
Próximo
ao mercado tem o Castelo de São Luiz, construído entre 1110 e 1187 em homenagem
ao rei da França.
E
próximo ao Castelo está a Colina de Murex, de onde se tem registro de que os
fenícios extraíam das conchas um líquido que depois de misturado ao sal e
fervido, se transformou na primeira tinta de tecido usada pelo homem. As
conchas, depois de usadas, eram jogadas em um terreno, que com o acumulo virou
uma colina, passando a se chamar Colina de Murex, que é uma espécie de concha.
Na
parte antiga de Sidon podemos ver a Mesquita Al Omari, do século XIII.
Às
margens do Rio Awali, que passa por Sidon, encontramos as ruínas do templo de
Eshmund, deus fenício.
O
rio Awali é um rio perene, ou seja, tem sempre água correndo em seu leito. Tem
48 quilômetros de extensão, originando-se a partir dos montes Barouk, a 1492
metros de altitude, e Niha, na região do Monte Líbano. Tem dois afluentes, o
Barouk e o Aaray; em sua seção mais alta também é conhecido como rio Bisri. Seu
percurso passa pelo lado ocidental do Monte Líbano, e deságua no Mediterrâneo.
Continuando
nosso passeio, chegamos a Sidon modernizada, com maravilhosos restaurantes,
cafés, hotéis e um moderníssimo centro comercial com lojas de doces árabes
tradicionais e shoppings, tudo cercado pela natureza.
Alguns pontos turísticos de Sidon.
- Castelo do Mar de Sidon – KalaatSaidaal-Bahriya
O Castelo do Mar de Sidon foi danificado e renovado
diversas vezes. Foi parcialmente destruído pelos Mamelucos, quando estes
tomaram a cidade dos cruzados, e posteriormente reconstruído e acrescentado à
longa calçada. O castelo, mais tarde, caiu em desuso, mas foi novamente
restaurado no século XVII, pelo Emir Fakhreddine II.
Existe a possibilidade do palácio doRei fenício e de
vários outros monumentos fenícios terem sido localizados na ilha, eterem sido
destruídos por Esarhaddon, rei da Assíria, e, depois, por terremotos. A ilha
também serviu de abrigo e de proteção aos ataques internos contra acidade.
- Museu do sabão
Uma visita a ela nos dá uma ideia sobre a história
do sabão ao longo dos séculos.No museu podemos encontrar uma variedade de
sabonetes artesanais, e enquanto se percorre o museu, são detalhadas etapas de
fabricação do sabão e suas propriedades.
Restaurado pela família Audi, a visita ao museu nos
leva de volta ao passado e aos dias de gloria de Sidon.
Elementos para a fabricação, como bacias de
lixiviação, estão expostos no museu.
No mesmo prédio, há uma residência familiar do
início do século 20.
Em tempo, lixiviação é o processo de extração de
uma substância presente em componentes sólidos, através da sua dissolução em
líquido.
- Khan El Franj
- Debbane Palace
Lá residiu a família Hammoud no século 18, e também por membros das
famosas aristocracias otomanas do clã Abaza no final do século 19 e início do
século 20.
- Souk, mercado árabe
- Castelo de São Luiz
- As ruínas do templo de Eshmun
- Ilha al-Zeereh
Al-Zeereh é uma pequena ilha rochosa localizada 1,5 km na costa de Sidon. Era usada como um quebra-mar para a proteção de navios e frotas. A ilha é um destino preferido para piqueniques e natação. A ilha é acessada por vários ferry-boats do porto de Sidon.
- Catedral Ortodoxa de São Nicolau
Se você perdeu alguma parada de nossa viagem, não tem problema, click nos links abaixo e aproveite.
Beirute
Biblos
Baalbek
Zgharta e Ehden
Zahle